Com a grande quantidade de chuva, o sangrador não consegue trabalhar, a casca da árvore fica muito úmida e o corte para produzir a seiva não dá resultado.
Por TV TEM - 26/02/2023 07h00 Atualizado há um dia
Preço do coágulo da borracha despenca e setor entra em crise — Foto: TV TEM/Reprodução
O preço pago pelo coágulo de borracha tem sido considerado baixo pelos produtores. Com as mudanças climáticas, o setor está entrando em crise.
Na fazenda do produtor Leandro Moyano, em Ipiguá (SP), existem 32 mil árvores de seringueira. Ele conta que o excesso de chuva tem atrapalhado a sangria.
Em relação à safra passada, os produtores esperavam o volume de 20% de chuva a menos. Embora o pessoal ache que a chuva é boa, (na verdade, é para toda cultura) mas não em excesso.
Com a grande quantidade de chuva, o sangrador não consegue trabalhar, a casca da árvore fica muito úmida e o corte para produzir a seiva não dá resultado. A água que se acumula nas canecas também prejudica a qualidade do produto.
Veja a reportagem exibida no programa em 26/02/2023:
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Preço do coágulo da borracha despenca e setor entra em crise
Mas o excesso de chuva não é, de longe, o maior problema que o produtor de seringueira tem enfrentado. A cadeia produtiva da borracha vive uma crise atualmente no Brasil. O principal motivo é o baixo preço pago no quilo do coágulo, que nos últimos meses foi negociado a menos de três reais. Valor que segundo o produtor não é suficiente nem para cobrir os custos de produção do seringal.
A principal reinvindicação é o aumento do imposto de importação da borracha natural. Outro pedido é pelo acesso mais fácil e aumento do preço mínimo, um subsídio que o Governo Federal deve pagar a produtores e sangradores para que o valor do quilo do coágulo chegue a R$ 4, 46 estipulados pela Conab.
Atualmente, o índice usado como parâmetro pelas usinas para compra de borracha é o da Apabor, associação que representa o setor, mas o movimento de produtores e sangradores sugere que seja adotado o índice de importação da borracha desenvolvido pela Confederação Nacional da Agricultura com o Instituto de Economia Agrícola.
Para a Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha, a medida que mais traria impacto para o setor é a revisão do imposto de importação do pneu de carga que segue zerado desde 2021. 80% da borracha mundial vai para a indústria pneumática.