Abrerpi

Aguarde, carregando...

Entidades reforçam importância da logística reversa

Entidades reforçam importância da logística reversa

Cerca de 150 empresas entre associadas da Green e da Abree fazem a logística reversa no País, de um universo de 3,4 mil empresas

Jornal do Comércio - Luciane Medeiros, de São Paulo

O consumidor brasileiro ainda desconhece, na sua maioria, a importância do descarte correto de eletroeletrônicos e eletrodomésticos. Previsto por lei e regulamentado por um decreto, o Programa Nacional de Logística Reversa/PNRS (Lei Nº 12.305/10) estabelece que fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes têm a obrigatoriedade de disponibilizar pontos de entrega voluntária para que os consumidores possam descartar o lixo eletrônico da forma adequada.

Entidades gestoras de logística reversa no País, a Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodoméstico (Abree) e a Green Eletron, participaram na semana passada da Eletrolar Show 2023 em São Paulo, maior feira de negócios da indústria e do varejo, com o objetivo de esclarecer os visitantes do evento sobre o tema.

O desconhecimento leva muitos consumidores a não saberem qual a forma correta de descarte. Ademir Brescansin, gerente executivo da Green Eletron, cita uma pesquisa feita em 2021 com cerca de 2 mil pessoas na qual 33% responderam que o lixo eletrônico é o spam. "Qualquer coisa que ligar na tomada, que utiliza uma pilha ou bateria é eletroeletrônico. Secador de cabelo, batedeira, máquina de lavar, pen drive, computador", exemplifica Brescansin.

Descartar um eletroeletrônico de maneira errada pode trazer prejuízos ao meio ambiente por contaminações de solo e água. Nos casos em que o produto é doado, nem sempre as peças são reaproveitadas corretamente. O que é dispensado pode parar em um aterro, fazendo com que aquela matéria-prima usada na fabricação tenha que ser mais uma vez extraída da natureza. "É importante ensinar para as pessoas os malefícios de descartar incorretamente e os benefícios de fazer a reciclagem", reforça.

O gerente executivo da Green Eletron acredita que será preciso cerca de 15 a 20 anos para que a população esteja consciente de como deve se desfazer dos eletroeletrônicos. "Vai precisar das novas gerações. A mudança de cultura, a conscientização, é uma coisa que vai longe, infelizmente".
Entre os consumidores que já se conscientizaram sobre a importância do descarte correto, Nilson Maestro, presidente da Abree, diz que o perfil dos produtos entregues é bem variado. "Se pegamos os produtos da linha verde, que é ligada à de comunicação, telefones e celulares, vê uma incidência grande. Quando pegamos a linha branca que são geladeiras, fogões, máquinas de lavar também é acentuado, mas mais pelo volume e peso desses itens", explica.

O presidente da Abree lembra que o volume de materiais entregues na logística reversa depende da vida útil de cada equipamento. Nos eletrônicos da linha verde, o tempo de uso é menor.

"Não que deixe de funcionar, mas a tecnologia fica para trás e o consumidor opta por ter um novo aparelho. O anterior tem que ser descartado de uma forma consciente", salienta Maestro. Nos casos de grandes eletrodomésticos, como uma geladeira, o consumidor pode solicitar que a Abree faça o recolhimento do item, o que é analisado pela associação.

Brescansin, da Green Eletron, ressalta também o papel do varejo em relação à logística reversa, uma vez que é na loja que o consumidor entra para adquirir os produtos. "Isso é bem fraco hoje em dia, realmente essa mensagem não chega muito." A adesão esbarra na pouca diferença que os custos de usar materiais reaproveitados têm sobre os novos e nos gastos envolvidos em toda a etapa da reciclagem (recolher o produto, separar os itens, levar para o reciclador etc). "Quem cumpre a lei tem esses gastos, os outros não", diz. Para ter um equilíbrio de mercado, seria importante reduzir os impostos da cadeia de reciclagem, incentivando a prática.

Além disso, o consumidor não sabe quais empresas cumprem a lei, o que poderia ser resolvido com a adoção de um selo. Atualmente, as que fazem parte da Green Eletron possuem o selo, mas não há um geral nos moldes do Procel, por exemplo, que informa sobre a eficiência energética.
Brescansin diz que cerca de 150 empresas entre associados das duas entidades fazem a logística reversa no País em um universo de mais de 3,4 mil empresas que importam eletroeletrônicos. "80% das empresas que estão participando da Eletrolar Show não estão nem na Green Eletron nem na Abree, o que é um indicativo das pouquíssimas empresas que fazem isso", lamenta.

Segundo dados da Green Eletro, foram coletados 4.591,2 kg em pilhas no ano passado no Rio Grande do Sul e 68,69 toneladas de eletroeletrônicos. A Green Eletron já instalou mais de 9,5 mil PEVs, sendo 8,3 mil exclusivos para pilhas. Os outros também recebem aparelhos eletroeletrônicos.
Mais de 6,5 mil toneladas de resíduos deste tipo foram recicladas. A Abree contempla 55 empresas do setor de eletroeletrônicos e é responsável pela gestão de mais de 4,1 mil pontos de recebimento presentes em quase 1,3 mil municípios brasileiros. No Rio Grande do Sul são, ao todo, 573 pontos de recebimento. Em Porto Alegre são 102.

← Matéria anterior Próxima matéria →

Fique por dentro das principais notícias

Mais de 1.000 pneus já foram coletados em Papanduva

Mais de 1.000 pneus já foram coletados em Papanduva 06/11/2025

Mais de 1.000 pneus já foram coletados em Papanduva

Lei de Incentivo à Reciclagem atrai R$ 2,2 bilhões em propostas

Lei de Incentivo à Reciclagem atrai R$ 2,2 bilhões em propostas 04/11/2025

Lei de Incentivo à Reciclagem atrai R$ 2,2 bilhões em propostas

Artigo - Reciclagem de pneus inservíveis: avanços, aplicações e perspectivas no Brasil

Artigo - Reciclagem de pneus inservíveis: avanços, aplicações e perspectivas no Brasil 03/11/2025

Artigo - Reciclagem de pneus inservíveis: avanços, aplicações e perspectivas no Brasil

Mais Notícias