Sustentabilidade: Cooperativas de reciclagem do Recife contam com o interesse de empresas pelo tema
Além de dar um direcionamento para o que seria descartado, as organizações cooperativas também representam postos de trabalho e dignidade aos associados.
Folha de Pernambuco - Por Julia Rocha06/11/24 às 14H03 atualizado em 06/11/24 às 14H25
Reciclagem de latas - Foto: Divulgação/Recicla Latas Geral
O atual cenário climático tem demonstrado a importância de ações sustentáveis em todos os âmbitos. Das pequenas práticas no dia a dia, até a colaboração de grandes empresas com a pauta. Com o objetivo de contribuir com essa tarefa, a empresa de soluções sustentáveis Ambipar vai auxiliar na estruturação de cooperativas de reciclagem do Recife, por meio do projeto Cidades Circulares, a previsão é dobrar o rendimento das organizações.
Para Felipe Cury, head de pós-consumo da Ambipar, a iniciativa visa incrementar o lucro financeiro das organizações que trabalham no processo de reciclagem desses materiais, colaborando para o exercício da “logística reversa”, que se refere à reutilização de recursos no fluxo de produção por parte das empresas, a exemplo da arrecadação de embalagens plásticas para reuso.
O enfoque principal do Cidades Circulares, que já funciona em outros estados, é otimizar os processos de captação de materiais das cooperações já existentes, como também, das que estão em processo de abertura na região, divulgando o trabalho exercido por esses grupos e distribuindo pontos de coleta de captação de resíduos com potencial reciclável nos condomínios da cidade.
Impacto social
Além de dar um direcionamento para o que seria descartado, as organizações cooperativas também representam postos de trabalho e dignidade aos associados. O representante explica que na atuação do projeto em outros municípios, o impacto não se traduz apenas no ambiental, mas em consequências sociais importantes para as comunidades onde são aplicados os trabalhos de grupos dessa natureza.
“Essas pessoas arregaçam a manga e fazem a captação do que a gente chama de lixo, e que, na verdade, não é lixo, é um bem econômico, como preconiza a política nacional de resíduos sólidos. É esse bem econômico que protege, quando bem gerenciado e captado por essas pessoas, os recursos naturais do planeta que a gente vive”, afirmou.
Engajamento
Entretanto, não são só as cooperativas se mostram interessadas pelas práticas de reciclagem e reuso. Além da preservação, outros pontos também fazem a pauta sustentável se tornar atrativa para as grandes empresas. Redução de custos e fidelidade do público ajudam no engajamento dessas empresas na colaboração com questões ambientais. Felipe conta que atividades como a devolução de embalagens em troca de descontos impulsiona o consumo do cliente, aumentando a rentabilidade do negócio e colaborando para a causa sustentável.
“Não só a margem de lucro aumenta, como a percepção pública positiva mais uma campanha de marca de trends de marketing. Então isso é um exemplo muito disso do nutritivo de como a gente consegue trazer soluções para essas empresas e que elas param de olhar as questões ambientais e sociais como custo e possam a olhar isso também como um investimento”.