Dunlop pavimenta estrada para chegar a 30 mil pneus por dia
Diante do otimismo do mercado de automóveis de passeio, com os recentes investimentos para o Brasil, o diretor diz que potencial de crescimento existe.
Fábrica da Dunlop em Fazenda Rio Grande (PR) - Crédito: Mauro Balhessa/IstoÉ - MAURO BALHESSAi - 02/03/2024 - 9:00
O setor de pneus no Brasil registrou queda de 8,2% em 2023 ante o ano anterior. Houve ainda o recuo de 56,64 milhões para 51,97 milhões de unidades vendidas no período. As vendas para as montadoras caíram mais ainda (9,6%) e foram de 13,90 milhões para 12,56 milhões de pneus, segundo dados da Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos).
No caminho oposto, a Sumitomo Rubber, detentora da marca Dunlop, prevê aumentar as vendas e incrementar a produção de pneus em 10 mil por dia até 2029. Atualmente, a companhia produz 20 mil unidades diárias em sua planta em Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba. Do total, 19 mil são destinados a carros de passeio, enquanto cerca de 1.500 são para carga.
Para se ter uma ideia, além de outras montadoras, ela produz os pneus para toda a linha da Toyota no Brasil.
O fabricante havia divulgado um ciclo de R$ 1 bilhão em 2021, que deve terminar em 2025. Ao caminhar pelo local, é possível notar novas instalações e áreas destinadas a projetos futuros.
“Com esse investimento, nós implantamos mais uma unidade de (pneus) de passeio, que vai terminar esse ano, que deve chegar a 23 mil pneus/dia e o de carga chega em 2.200 pneus dia no ano que vem (atualmente em 1.500 unidades)”, diz Rodrigo Alonso, diretor nacional de vendas e marketing da Dunlop Pneus, em conversa com jornalistas durante visita à fábrica.
O diretor projeta que haverá um crescimento de um dígito em 2024.
Outro detalhe são as importações. Em 2023, 25% das vendas vieram de importações de outras plantas da companhia. Ele explica que isso vem diminuindo, com o crescendo das vendas de produtos feitas no país. Em 2024, a meta é que 10% seja de importados e ano que vem a projeção é de praticamente zerar.
“Vivemos um momento complicado de importação. Isso pode impactar até novos investimentos da empresa. Hoje há muita facilidade para importar e muitas obrigações aqui dentro do Brasil para produzir. Isso vira um desequilíbrio.”
Alonso reflete que a China virou um polo de produção gigantesco no mundo e há benefícios fiscais para importar em alguns estados. O imposto cobrado é de 16%. O foco da planta brasileira é consumo local.
Mercado automotivo de passeio
Diante do otimismo do mercado de automóveis de passeio, com os recentes investimentos para o Brasil, o diretor diz que potencial de crescimento existe.
“O Brasil tinha uma produção de veículos que era 50% maior do que era hoje. O país ainda tem um número de carros por habitante muito pequeno perto de Europa, Estados Unidos.”
Ele afirma que o carro híbrido ainda é a melhor solução para o mercado nacional.
Os pneus “para os híbridos, não há uma diferença tão grande (dos produtos para carros a combustão produzidos atualmente). Para o elétrico, duas coisas são diferentes: o ruído e o torque.”